quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ano Sacerdotal


Em uma extensa e pessoal carta dirigida aos Presbíteros do mundo em ocasião do início esta sexta-feira 19 de junho do Ano Sacerdotal convocado no 150º. aniversário da morte de São João Maria Vianey, Padroeiro dos Párocos, o Papa Bento XVI ressaltou que este tempo deve promover "o compromisso de renovação interior de todos os Sacerdotes, para que seu testemunho evangélico no mundo de hoje seja mais intenso e incisivo".

No texto dado a conhecer hoje em inglês, francês, espanhol, italiano, alemão, português e polonês, o Santo Padre recordou que "'o Sacerdócio é o amor do coração do Jesus', como repetia com freqüência o Santo Padre de Ars. Esta comovedora expressão nos permite reconhecer com devoção e admiração o imenso dom que supõem os Sacerdotes, não só para a Igreja, mas também para a humanidade mesma".

Seguidamente Bento XVI assinala que esta expressão do Santo Padre de Ars "evoca também a ferida aberta no Coração de Cristo e a coroa de espinhos que o circunda. E assim, penso nas numerosas situações de sofrimento que afligem muitos Sacerdotes, porque participam da experiência humana da dor em suas múltiplas manifestações ou pelas incompreensões dos destinatários mesmos de seu ministério: Como não recordar tantos Sacerdotes ofendidos em sua dignidade, obstaculizados em sua missão, às vezes inclusive perseguidos até oferecer o supremo testemunho do sangue?"

Ao referir-se logo depois das infidelidades de alguns dos Ministros da Igreja, o Santo Padre precisa que nestes casos "é o mundo o que sofre o escândalo e o abandono. Ante estas situações, o mais conveniente para a Igreja não é tanto ressaltar escrupulosamente as debilidades de seus Ministros, a mas renovar o reconhecimento contente da grandeza do dom de Deus, plasmado em esplêndidas figuras de Pastores generosos, religiosos cheios de amor a Deus e às almas, diretores espirituais clarividentes e pacientes".

"Queridos irmãos no Sacerdócio, peçamos ao Senhor Jesus a graça de aprender também nós o método pastoral de São João Maria Vianey. Em primeiro lugar, sua total identificação com o próprio ministério. Em Jesus, Pessoa e Missão tendem a coincidir: toda sua obra salvífica era e é expressão de seu 'Eu filial', que está perante o Pai, desde toda a eternidade, em atitude de amorosa submissão à sua vontade".

Centralidade da Reconciliação

Bento XVI ressalta depois que "os Sacerdotes não deveriam resignar-se nunca a ver vazios seus confessionários nem limitar-se a constatar a indiferença dos fiéis para este sacramento. Na França, em tempos do Santo Padre de Ars, a confissão não era nem mais fácil nem mais freqüente que em nossos dias, pois o vendaval revolucionário tinha arrasado desde muito tempo a prática religiosa. Mas ele tentou por todos os meios, na prédica e com conselhos persuasivos, que seus paroquianos redescobrissem o significado e a beleza da Penitência sacramental, mostrando-a como uma íntima exigência da presença eucarística".

"Soube iniciar assim um 'círculo virtuoso'. Com seu prolongado estar ante o Sacrário na Igreja, conseguiu que os fiéis começassem a imitá-lo, indo visitar a Jesus, seguros de que ali encontrariam também a seu Pároco, disponível para escutá-los e perdoá-los", acrescenta.

Seguidamente o Papa destaca como "o Padre de Ars conseguiu em seu tempo mudar o coração e a vida de muitas pessoas, porque foi capaz de fazer-lhes sentir o amor misericordioso do Senhor. Urge também em nosso tempo um anúncio e um testemunho similar da verdade do Amor: 'Deus caritas est' (1 Jn 4, 8)".

"Com a Palavra e os Sacramentos de Jesus, João Maria Vianney edificava o seu povo, embora às vezes se agitava interiormente porque não se sentia à altura, até o ponto de pensar muitas vezes em abandonar as responsabilidades do ministério paroquial para o qual se sentia indigno. Entretanto, com um sentido da obediência exemplar, permaneceu sempre em seu posto, porque o consumia o zelo apostólico pela salvação das almas".

Conselhos evangélicos

O Padre de Ars, sublinha logo Bento XVI, "soube viver os 'conselhos evangélicos' de acordo a sua condição de Presbítero. Em efeito, sua pobreza não foi a de um Religioso ou um Monge, mas aquela que se pede a um Sacerdote: apesar de manejar muito dinheiro (já que os peregrinos mais ricos se interessavam por suas obras de caridade), era consciente de que tudo era para sua igreja, seus pobres, seus órfãos, suas meninas da 'Providence', suas famílias mais necessitadas".

"Também sua castidade era a que se pede a um Sacerdote para seu ministério. Pode-se dizer que era a castidade que convém a quem deve tocar habitualmente com suas mãos a Eucaristia e contemplá-la com todo seu coração arrebatado e com o mesmo entusiasmo a distribui a seus fiéis. Diziam dele que 'a castidade brilhava em seu olhar', e os fiéis se davam conta quando fixava o olhar no Sacrário com os olhos de um apaixonado".

Quanto à obediência, precisa o Santo Padre, em São João Maria Vianney esta ficou plasmada "totalmente na entrega abnegada às exigências cotidianas de seu ministério. Sabe-se quanto lhe atormentava não sentir-se idôneo para o ministério paroquial e seu desejo de retirar-se 'a chorar sua pobre vida, em solidão'. Só a obediência e a paixão pelas almas conseguiam convencê-lo a seguir em seu posto".

"No contexto da espiritualidade apoiada na prática dos conselhos evangélicos, me agrada convidar particularmente aos Sacerdotes, neste Ano dedicado a eles, a perceber a nova primavera que o Espírito está suscitando em nossos dias na Igreja, à qual os Movimentos eclesiásticos e as novas Comunidades contribuíram positivamente. 'O Espírito é multiforme em seus dons... Ele sopra onde quer. Ele o faz de modo inesperado, em lugares inesperados e em formas nunca antes imaginadas... Ele quer sua multiformidade e os quer para o único Corpo'".

"Queria acrescentar além disso, em linha com a Exortação apostólica 'Pastores dabo vobis' do Papa João Paulo II, que o ministério ordenado tem uma radical 'forma comunitária' e só pode ser desempenhado na comunhão dos Presbíteros com seu Bispo. É necessário que esta comunhão entre os Sacerdotes e com o próprio Bispo, apoiada no sacramento da Ordem e manifestada na concelebração eucarística, traduz-se em diversas formas concretas de fraternidade sacerdotal efetiva e afetiva. Só assim os Sacerdotes saberão viver em plenitude o dom do celibato e serão capazes de fazer florescer comunidades cristãs nas quais se repitam os prodígios da primeira predicação do Evangelho".

Depois de recordar a especial piedade Mariana de São João Maria Vianey, o Pontífice ressalta ao concluir a carta que "a fé no Mestre divino nos dá a força para olhar com confiança o futuro. Queridos sacerdotes, Cristo conta convosco. À exemplo do Santo Padre de Ars, deixem-se conquistar por Ele e serão também vós, no mundo de hoje, mensageiros de esperança, reconciliação e paz", conclui o Papa.

domingo, 17 de maio de 2009

O sonho de um Cardeal


O cardeal Nicolau Cusano (1401-1464), bispo de Bressanone, não foi somente um grande político da Igreja, famoso legado papal e reformador da vida espiritual do clero e do povo no século XV, mas também um homem do silêncio e da contemplação. Num “sonho” foi-lhe mostrada aquela realidade espiritual que ainda hoje vale para todos os sacerdotes e para todos os homens: o poder do abandono, da oração e do sacrifício das mães espirituais no segredo dos conventos. Mãos e corações que se sacrificam “... Ao entrar numa igreja pequena e muito antiga, decorada com mosaicos e afrescos dos primeiros séculos, o cardeal teve uma visão imane. Milhares de religiosas rezavam na pequena igreja. Elas eram tão gráceis e recolhidas que havia lugar para todas, apesar da comunidade ser numerosa. As irmãs rezavam e o cardeal nunca tinha visto rezar tão intensamente. Elas não estavam de joelhos, mas firmes em pé, o olhar não longínquo, porém fixo num ponto próximo a ele e no entanto invisível aos seus olhos. Os braços das irmãs estavam abertos e as mãos viradas para o alto, numa posição de oferecimento”. O incrível desta visão é que as irmãs seguravam em sua pobres e delicadas mãos homens e mulheres, imperadores e reis, cidades e países. Às vezes as mãos apertavam-se ao redor de uma cidade; outras vezes um país, reconhecível pelas bandeiras nacionais, estendia- se sobre uma muralha de braços que o sustentavam. Nestes casos também em volta de cada rogadora expandia-se um halo de silêncio e discrição. A maioria das religiosas, porém sustentava com as mãos um só irmão ou irmã. Nas mãos de uma jovem e frágil monja, quase uma menina, o cardeal Nicolau viu o papa. Percebia-se quanto a carga pesasse sobre ela, mas seu rosto brilhava de felicidade. Sobre as mãos de uma idosa freira estava ele próprio, Nicolau Cusano, bispo de Bressanone e cardeal da Igreja romana. Ele reconheceu claramente a si mesmo com suas rugas e com os defeitos de sua alma e de sua vida. Observava tudo com olhos arregalados e assustados, mas logo ao susto substituiu-se uma indescritível beatitude. O guia, que estava ao seu lado, murmurou-lhe: “Veja como apesar de seus pecados, são ajudados e suportados os pecadores que não deixaram de amar a Deus!”. O cardeal perguntou: “O que acontece então aos que não amam mais?”. Repentinamente, sempre acompanhado pelo sua guia, encontrouse na cripta da igreja, onde rezavam outras milhares de freiras. Enquanto aquelas vistas precedentemente 13 sustentavam as pessoas com suas mãos, estas na cripta as sustentavam com seus corações. Estavam profundamente envolvidas, pois tratava-se do destino eterno das almas. “Veja, Eminência”, disse o guia: “assim são suportados aqueles que deixaram de amar. Algumas vezes acontece que se aquecem com o calor dos corações que se consomem por eles, mas nem sempre. Às vezes, na hora da morte, passam das mãos daqueles que ainda os querem salvar para as mãos do Juiz divino, com quem devem justificar-se inclusive pelo sacrifício que lhes foi oferecido. Nenhum sacrifício fica sem frutos, mas quem não colhe o fruto que lhe foi oferecido, amadurece o fruto da ruína”. O cardeal fitou as mulheres vítimas voluntárias. Ele sempre soubera de sua existência. Nunca porém havia percebido com tanta clareza o que elas significavam para a Igreja, para o mundo, para os povos e para cada indivíduo; somente agora, confuso, compreendia. Ele curvou-se profundamente perante as mártires do amor. Desde 550 e por cerca meio milênio, Säben foi a sede episcopal da diocese de Bressanone. A partir de 1685, portanto há mais de 300 anos, o castelo tornou-se um mosteiro, onde até hoje uma comunidade de Irmãs Beneditinas vive a maternidade espiritual, rezando e consagrando-se a Deus como vira o Cardeal em seu sonho.

domingo, 3 de maio de 2009

Papa ordena dezenove Sacerdotes para a Diocese de Roma : "Não se deixem levar pelo mundo que rejeita Deus".


Cidade do Vaticano, 03 mai (RV) -


Bento XVI presidiu a santa missa esta manhã, na Basílica de São Pedro, durante a qual conferiu a ordenação sacerdotal a 19 diáconos da Diocese de Roma, seis dos quais de origem não italiana.Os sacerdotes sejam imagem de Cristo no mundo e não se deixem levar por uma certa mentalidade do mundo, que consegue influenciar negativamente a Igreja atingindo até seus ministros.Mais uma vez, o Santo Padre voltou a refletir sobre um dos temas candentes de seu Magistério concernentes à vocação e à missão sacerdotal.Depois, no Regina Caeli, o papa recordou o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, hoje celebrado, e pediu orações pela sua próxima viagem à Terra Santa onde irá – assegurou – para testemunhar o compromisso da Igreja por "uma paz duradoura".Pedras angulares da Igreja, testemunhas críveis do seguimento do Bom Pastor, e não homens contaminados por um tipo de sociedade que "não conhece Deus" e muitas vezes não tem nenhuma intenção de conhecê-lo.Bento XVI – desenvolvendo idealmente a homilia da missa do Crisma da Quinta-feira Santa passada – voltou a traçar o divisor de água de um ministro do Evangelho: "no" mundo, mas não "do" mundo.De fato, durante a liturgia, o Santo Padre fez a ordenação sacerdotal de 19 diáconos da Diocese de Roma, alguns dos quais homens já maduros, que escolheram seguir as pegadas dos Apóstolos.Metade deles romanos ou da província do Lácio, mais um da Sicília, um da Puglia e um da região da Lombardia. Seis não italianos: um nigeriano, um haitiano, um croata, um tcheco, um chileno e um sul-coreano.Bento XVI apresentou-lhes o trecho do Evangelho de João que afirma que o mundo não reconhece os sacerdotes porque não reconhece Deus:"É verdade, e nós sacerdotes fazemos experiência disso: o 'mundo' (...) não entende o cristão, não entende os ministros do Evangelho. Um pouco porque, de fato, não conhece Deus, e um pouco porque não quer conhecê-lo. O mundo não quer conhecer Deus para não ser incomodado pela sua vontade, e por isso não quer escutar os seus ministros, isso poderia colocá-lo em crise (...) Este 'mundo' (...) no sentido evangélico, insidia também a Igreja, contagiando os seus membros e os próprios ministros ordenados (...) é uma mentalidade, uma maneira de pensar e de viver que pode influenciar negativamente também a Igreja, e de fato a influencia, e, portanto, é preciso constante vigilância e purificação."Para não cair nesse risco, o sacerdote deve entrar em plena comunhão com Cristo, de modo "sacramental", mas também "existencial", para ser "consagrado na verdade". O meio para realizar essa comunhão – indicou o pontífice – é colocar-se com a oração na oração que Cristo elevou a Deus a fim de que custodiasse os "seus":"Daí deriva para nós presbíteros uma particular vocação à oração, em sentido fortemente cristocêntrico: somos chamados a 'permanecer' em Cristo (...) e esse permanecer em Cristo se realiza particularmente na oração. O nosso ministério está totalmente ligado a esse 'permanecer' que equivale a rezar, e disso deriva a sua eficácia."O papa indicou a missa diária, mas também a Liturgia das horas, a adoração eucarística, a Lectio divina, o Terço, a meditação: daí o sacerdote adquire a sua "linfa" – afirmou. O sacerdote que reza, e que reza bem – acrescentou – é progressivamente expropriado de si e sempre mais unido a Jesus Bom Pastor, cujo nome é o único "que salva":


"O apóstolo e, portanto, o sacerdote, recebe de Cristo o seu 'nome', a sua identidade. Tudo aquilo que faz, o faz em Seu nome. O seu 'eu' se torna totalmente relativo ao 'eu' de Jesus. No nome de Cristo, e não certamente em seu nome, o apóstolo pode realizar gestos de cura dos irmãos, pode ajudar os 'enfermos' a se levantarem e a retomar o caminho." (RL)

terça-feira, 21 de abril de 2009

17 de Abril ...

Servo por Amor
Numa noite de suor
sobre o barco em alto mar

O céu começa a clarear
a tua rede está vazia

Mas a voz que te chama
te mostrará um outro mar

E sobre muitos corações
a tua rede lançará


Doa a tua vida, como Maria,
aos pés da cruz e serás


Servo de cada homem, servo por amor
Sacerdote da humanidade

Caminhavas no silêncio
esperando além da dor

Que a semente que tu lançavas
num bom terreno germinasse

Mas o coração exulta
porque o campo já está dourado

O grão maduro pelo sol
no celeiro pode entrar

Doa a tua vida ...

terça-feira, 7 de abril de 2009

Carta de Dom Eugênio Rixen aos Catequistas do Brasil



Publicamos a seguir a Carta aos Catequistas do Brasil por ocasião da Abertura do Ano Catequético, que se realizará no dia 19 de abril (2° domingo de páscoa) . A nota é de dom Eugênio Rixen, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética e deve ser lida nas celebrações no dia 19 de abril.

Brasília-DF, 02 de abril de 2009.

Querido (a) Catequista, “ARDE O NOSSO CORAÇÃO”.....

Em nome da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, quero parabenizá-lo/a pelo seu maravilhoso trabalho de evangelização. Sabemos que a sua missão é de grande importância e queremos encorajá-lo/a na pastoral catequética.

O objetivo da catequese é formar “discípulos/as–missionários/as “de Jesus Cristo”, pessoas apaixonadas pela construção do Reino. Você é chamado/a a colaborar conosco para iniciar à vida cristã crianças, jovens e adultos.

Neste Ano Catequético desejamos que você nos ajude a fazer da catequese um verdadeiro caminho de fé. Que a Palavra de Deus esteja no centro da mensagem que você transmite. Sem negligenciar a catequese com crianças e jovens, dê uma atenção especial aos adultos e às pessoas com deficiência. Cuide de sua formação, participe das atividades que a sua comunidade oferece.

No dia 19 de abril, convidamos todas as comunidades a dar destaque especial à abertura do Ano Catequético. Desejamos que este dia seja o ponto de partida do grande trabalho missionário. Os párocos poderiam enviar os/as catequistas para visitar as famílias dos seus catequizandos, levando uma cópia da “capelinha missionária” que o Papa Bento XVI entregou aos presidentes das Conferências de Aparecida.

Valorize o dia do catequista que será celebrado no dia 30 de agosto.

Contamos com as suas orações para o bom êxito da 3ª Semana Brasileira de Catequese, cujo tema é “Iniciação à Vida Cristã”, que acontecerá em Itaici – Indaiatuba (SP), de 06 a 11 de outubro.

Que Deus lhe dê sua bênção nesta sua missão de catequizar,

Dom Eugênio Rixen
Bispo de Goiás
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral Para a Animação Bíblico-Catequética

Obs.: Nota a ser lida nas celebrações no dia 19 de abril e a ser publicada nos meios de comunicação: jornais, rádios, internet.

O Ano Catequético

A 3ª Semana Brasileira de Catequese acontecerá no dia 19 de abril (2° domingo de páscoa) a abertura oficial do Ano Catequético, nas paróquias, nas dioceses e nas arquidioceses dos 17 regionais da Igreja no Brasil. Este dia será marcado por celebrações eucarísticas e celebrações da Palavra. Ao redor do pão da palavra e da eucaristia mais de 800 mil catequistas estarão reunidos para celebrar a presença do Ressuscitado na comunidade, na Palavra e na Eucaristia.

A comissão para animação bíblico-catequética promove a Celebração Eucarística que ocorrerá na Catedral da Sé, arquidiocese de São Paulo, às 11h00.

Fonte: CNBB Sul 1

terça-feira, 31 de março de 2009

Mensagem do Papa Bento XVI

MENSAGEM DO SANTO PADRE PARA O 46º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES(3 DE MAIO DE 2009 - IV DOMINGO DE PÁSCOA)

Tema: «A confiança na iniciativa de Deus e a resposta humana»
Venerados irmãos no episcopado e no sacerdócio, queridos irmãos e irmãs!Por ocasião do próximo Dia Mundial de Oração pelas Vocações ao sacerdócio e à vida consagrada, que será celebrado no IV Domingo de Páscoa, dia 3 de Maio de 2009, desejo convidar todo o Povo de Deus a reflectir sobre o tema: A confiança na iniciativa de Deus e a resposta humana. Não cessa de ressoar na Igreja esta exortação de Jesus aos seus discípulos: «Rogai ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a sua messe» (Mt 9, 38). Pedi! O premente apelo do Senhor põe em evidência que a oração pelas vocações deve ser contínua e confiante. De facto, só animada pela oração é que a comunidade cristã pode realmente «ter maior fé e esperança na iniciativa divina» (Exort. ap. pós-sinodal Sacramentum caritatis, 26).A vocação ao sacerdócio e à vida consagrada constitui um dom divino especial, que se insere no vasto projecto de amor e salvação que Deus tem para cada pessoa e para a humanidade inteira. O apóstolo Paulo – que recordamos de modo particular durante este Ano Paulino comemorativo dos dois mil anos do seu nascimento –, ao escrever aos Efésios, afirma: «Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, do alto dos céus, nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. Foi assim que n’Ele nos escolheu antes da constituição do mundo, para sermos santos e imaculados diante dos seus olhos» (Ef 1, 3-4). Dentro da vocação universal à santidade, sobressai a peculiar iniciativa de Deus ter escolhido alguns para seguirem mais de perto o seu Filho Jesus Cristo tornando-se seus ministros e testemunhas privilegiadas. O divino Mestre chamou pessoalmente os Apóstolos «para andarem com Ele e para os enviar a pregar, com o poder de expulsar demónios» (Mc 3, 14-15); eles, por sua vez, agregaram a si mesmos outros discípulos, fiéis colaboradores no ministério missionário. E assim no decorrer dos séculos, respondendo à vocação do Senhor e dóceis à acção do Espírito Santo, fileiras inumeráveis de presbíteros e pessoas consagradas puseram-se ao serviço total do Evangelho na Igreja. Dêmos graças ao Senhor, que continua hoje também a convocar trabalhadores para a sua vinha. Se é verdade que, em algumas regiões, se regista uma preocupante carência de presbíteros e que não faltam dificuldades e obstáculos no caminho da Igreja, sustenta-nos a certeza inabalável de que esta é guiada firmemente nas sendas do tempo rumo à realização definitiva do Reino por Ele, o Senhor, que livremente escolhe e convida a segui-Lo pessoas de qualquer cultura e idade, segundo os insondáveis desígnios do seu amor misericordioso.Por conseguinte o nosso primeiro dever é manter viva, através de uma oração incessante, esta invocação da iniciativa divina nas famílias e nas paróquias, nos movimentos e nas associações empenhados no apostolado, nas comunidades religiosas e em todas as articulações da vida diocesana. Devemos rezar para que todo o povo cristão cresça na confiança em Deus, sabendo que o «Senhor da messe» não cessa de pedir a alguns que livremente disponibilizem a sua existência para colaborar mais intimamente com Ele na obra da salvação. Entretanto, por parte daqueles que são chamados, exige-se-lhes escuta atenta e prudente discernimento, generosa e pronta adesão ao projecto divino, sério aprofundamento do que é próprio da vocação sacerdotal e religiosa para lhe corresponder de modo responsável e convicto. A propósito, o Catecismo da Igreja Católica recorda que a livre iniciativa de Deus requer a resposta livre do ser humano. Uma resposta positiva que sempre pressupõe a aceitação e partilha do projecto que Deus tem para cada um; uma resposta que acolhe a iniciativa amorosa do Senhor e se torna, para quem é chamado, exigência moral vinculativa, homenagem de gratidão a Deus e cooperação total no plano que Ele prossegue na história (cf. n. 2062).Ao contemplar o mistério eucarístico – onde se exprime sumamente o dom concedido livremente pelo Pai na Pessoa do Filho Unigénito pela salvação dos homens, e a disponibilidade plena e dócil de Cristo para beber completamente o «cálice» da vontade de Deus (cf. Mt 26, 39) – compreendemos melhor como «a confiança na iniciativa de Deus» molde e dê valor à «resposta humana». Na Eucaristia, dom perfeito que realiza o amoroso projecto da redenção do mundo, Jesus imola-Se livremente pela salvação da humanidade. «A Igreja – escreveu o meu amado predecessor João Paulo II – recebeu a Eucaristia de Cristo seu Senhor, não como um dom, embora precioso, entre muitos outros, mas como o dom por excelência, porque dom d’Ele mesmo, da sua Pessoa na humanidade sagrada, e também da sua obra de salvação» (Carta enc. Ecclesia de Eucharistia, 11).Quem está destinado a perpetuar este mistério salvífico ao longo dos séculos, até ao regresso glorioso do Senhor, são os presbíteros, que podem precisamente contemplar em Cristo eucarístico o modelo exímio de um «diálogo vocacional» entre a livre iniciativa do Pai e a resposta confiante de Cristo. Na celebração eucarística, é o próprio Cristo que age naqueles que Ele escolhe como seus ministros; sustenta-os para que a sua resposta cresça numa dimensão de confiança e de gratidão que dissipe todo o medo, mesmo quando se faz mais intensa a experiência da própria fraqueza (cf. Rm 8, 26-30), ou o ambiente se torna mais hirto de incompreensão ou até de perseguição (cf. Rm 8, 35-39).A consciência de sermos salvos pelo amor de Cristo, que cada Eucaristia alimenta nos crentes e de modo especial nos sacerdotes, não pode deixar de suscitar neles um confiante abandono a Cristo que deu a vida por nós. Deste modo, acreditar no Senhor e aceitar o seu dom leva a entregar-se a Ele com ânimo agradecido aderindo ao seu projecto salvífico. Se tal acontecer, o «vocacionado» de bom grado abandona tudo e entra na escola do divino Mestre; inicia-se então um fecundo diálogo entre Deus e a pessoa, um misterioso encontro entre o amor do Senhor que chama e a liberdade do ser humano que Lhe responde no amor, sentindo ressoar no seu espírito as palavras de Jesus: «Não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi e vos nomeei para irdes e dardes fruto, e o vosso fruto permanecer» (Jo 15, 16).Este amoroso enlace entre a iniciativa divina e a resposta humana está presente também, de forma admirável, na vocação à vida consagrada. Recorda o Concílio Vaticano II: «Os conselhos evangélicos de castidade consagrada a Deus, de pobreza e de obediência, visto que fundados sobre a palavra e o exemplo de Cristo e recomendados pelos Apóstolos, pelos Padres, Doutores e Pastores da Igreja, são um dom divino, que a mesma Igreja recebeu do seu Senhor e com a sua graça sempre conserva» (Const. dogm. Lumen gentium, 43). Temos de novo aqui Jesus como o modelo exemplar de total e confiante adesão à vontade do Pai para onde deve olhar a pessoa consagrada. Atraídos por Ele muitos homens e mulheres, desde os primeiros séculos do cristianismo, abandonaram a família, os haveres, as riquezas materiais e tudo aquilo que humanamente é desejável, para seguir generosamente a Cristo e viver sem reservas o seu Evangelho, que se tornou para eles escola de radical santidade. Ainda hoje são muitos os que percorrem este itinerário exigente de perfeição evangélica, e realizam a sua vocação na profissão dos conselhos evangélicos. O testemunho destes nossos irmãos e irmãs, tanto nos mosteiros de vida contemplativa como nos institutos e nas congregações de vida apostólica, recorda ao povo de Deus «aquele mistério do Reino de Deus que já actua na história, mas aguarda a sua plena realização nos céus» (Exort. ap. pós-sinodal Vita consecrata, 1).Quem pode considerar-se digno de ingressar no ministério sacerdotal? Quem pode abraçar a vida consagrada contando apenas com os seus recursos humanos? Mais uma vez convém reafirmar que a resposta da pessoa à vocação divina – sempre que se esteja consciente de que é Deus a tomar a iniciativa e é Ele também a levar a bom termo o seu projecto salvífico – não se reveste jamais do cálculo medroso do servo preguiçoso, que por medo escondeu na terra o talento que lhe fora confiado (cf. Mt 25, 14-30), mas exprime-se numa pronta adesão ao convite do Senhor, como fez Pedro quando, apesar de ter trabalhado toda a noite sem nada apanhar, não hesitou em lançar novamente as redes confiando na palavra d’Ele (cf. Lc 5, 5). Sem abdicar de forma alguma da responsabilidade pessoal, a resposta livre do homem a Deus torna-se assim «corresponsabilidade», responsabilidade em e com Cristo, em virtude da acção do seu Santo Espírito; faz-se comunhão com Aquele que nos torna capazes de dar muito fruto (cf. Jo 15, 5).Emblemática resposta humana, repleta de confiança na iniciativa de Deus, é o «Amen» generoso e total da Virgem de Nazaré, pronunciado com humilde e decidida adesão aos desígnios do Altíssimo, que lhe foram comunicados pelo mensageiro celeste (cf. Lc 1, 38). O seu «sim» pronto permitiu-Lhe tornar-Se a Mãe de Deus, a Mãe do nosso Salvador. Maria, depois deste primeiro «fiat», teve de o repetir muitas outras vezes até ao momento culminante da crucifixão de Jesus, quando «estava junto à cruz», como refere o evangelista João, compartilhando o sofrimento atroz do seu Filho inocente. E foi precisamente da cruz que Jesus agonizante no-La deu como Mãe e a Ela nos entregou como filhos (cf. Jo 19, 26-27) – Mãe especialmente dos sacerdotes e das pessoas consagradas. A Ela quero confiar todos quantos sentem o chamamento de Deus para caminhar pela senda do sacerdócio ministerial ou da vida consagrada.Queridos amigos, não desanimeis perante as dificuldades e as dúvidas; confiai em Deus e segui fielmente Jesus e sereis as testemunhas da alegria que brota da união íntima com Ele. À imitação da Virgem Maria, que as gerações proclamam bem-aventurada porque acreditou (cf. Lc 1, 48), empenhai-vos com toda a energia espiritual na realização do projecto salvífico do Pai celeste, cultivando no vosso coração, como Ela, a capacidade de maravilhar-se e adorar Aquele que tem o poder de fazer «grandes coisas», porque Santo é o seu nome (cf. Lc 1, 49).

Vaticano, 20 de Janeiro de 2009.

Aumentam as Vocações Sacerdotais no Brasil





Rio de Janeiro, 30 mar (RV) – Tempos de crise, mas – contrariamente ao que se poderia pensar – não para a Igreja Católica. De fato, quem achava que as posições defendidas pela Igreja como, por exemplo, a condenação do uso de preservativos, poderia afastar possíveis candidatos à vida sacerdotal, se enganou.
O número de jovens que entram para os Seminários, todos os anos, sugere que, ao contrário, há uma retomada das vocações no Brasil. No ano passado, o país ganhou 220 novos sacerdotes – um número quatro vezes superior à média de ordenações anuais até o final da década de 90.
Tomemos como exemplo o Seminário São José, de Niterói, que conta, atualmente, 92 seminaristas: o maior número de sua história centenária. A direção do seminário foi forçada a ampliar as instalações, para poder abrigar a contínua demanda.
Em todo o Brasil, seminários abarrotados já têm fila de espera de novos candidatos ao sacerdócio, em razão da falta de espaço físico para acolher todos os aspirantes à vida religiosa. O Seminário do Rio é um deles: lá vivem 115 jovens e a demanda anual é de 30 novos candidatos.
Pe. Reginaldo Lima, da Comissão Episcopal para Ministérios Ordenados e Vida Consagrada, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) confirma a tendência: "Desde 2000 – disse – tem havido uma retomada das vocações. O novo milênio trouxe uma nova religiosidade. As pessoas têm-se voltado mais para Deus" – explicou. (AF)


Fonte: Rádio Vaticano